Pintor foi morto por traficantes na Serra após urinar na frente de crianças

Lucas Raich, Junio da Cruz Bezerra, Luiz Kaique Siqueira, Paulo Henrique Mattos, Kennedy da Silva, Klemer de Souza, Riquelves Alves da Silva Crédito: Divulgação | Polícia Civil


Por Redação Ativa ES


Pintor foi morto após série de agressões em via pública no bairro Feu Rosa; corpo foi enterrado duas vezes e sete suspeitos já respondem a processo por homicídio qualificado

O pintor Ozenal Honorato Santos foi assassinado no dia 26 de abril após ser brutalmente agredido em via pública no bairro Feu Rosa, na Serra. A violência, segundo a investigação da Polícia Civil,foi motivada por um episódio em que a vítima, após ingerir bebidas alcoólicas, urinou em um poste diante de crianças, o que revoltou traficantes da região. Ao todo, sete suspeitos foram presos. Veja a lista abaixo:

  1. Lucas Raich, de 30 anos, apontado como chefe do tráfico local, conhecido como “Poorf”; 
  1. Junio da Cruz Bezerra, 38 anos; 
  1. Luiz Kaique Siqueira da Silva, 31 anos; 
  1. Paulo Henrique Mattos da Silva, 20 anos;
  1. Kennedy da Silva Gonçalves, 20 anos;
  1. Klemer de Souza Lima Santos, 25 anos;
  1. Riquelves Alves da Silva, 20 anos. 

Os seis primeiros foram capturados em 5 de agosto, durante uma operação em Feu Rosa, e o sétimo, em 15 de setembro, também no bairro. O corpo de Ozenal foi localizado apenas no dia 5 de maio, em uma área de mata na região, com apoio do Corpo de Bombeiros.

De acordo com o delegado Rodrigo Sandi Mori, chefe da Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Serra, Ozenal havia trabalhado dias antes para Junio da Cruz, que ficou devendo pelo serviço. Na noite do crime, após ingerir bebidas alcoólicas, o pintor foi até o suspeito cobrar a dívida, o que gerou uma discussão.

“O Junio não gostou da forma como ele cobrou na frente de todo mundo. Ali se iniciou a discussão e depois ele (Ozenal) foi em um poste, cheio de traficantes no local, crianças, inclusive chefe do tráfico, urinou nesse poste e ao lado dele estava o filho de Junio, de 5 anos”, explicou o delegado. A investigação apontou que o crime ocorreu em três momentos distintos.

Na primeira fase, logo após a vítima urinar no poste, Junio, Lucas, Klemer, Kennedy e Paulo Henrique começaram a agredi-lo com chutes, socos, pedaços de mangueira e pedras, por cerca de cinco minutos. Em seguida, o grupo levou Ozenal até o beco dos Eucaliptos, próximo à casa dele, e ordenou que saísse do local. Cerca de meia hora depois, o pintor retornou. Na segunda etapa, as agressões se intensificaram.

Ozenal foi golpeado com enxada, pedaços de pau, mangueira, pedras, chutes e socos. As agressões duraram em torno de dez minutos. Ferido e inconsciente, ele foi deixado debaixo de uma árvore em um cruzamento, onde permaneceu por aproximadamente uma hora sem receber socorro. Quando Luiz Kaique verificou se o pintor estava morto, percebeu que ele ainda respirava. Ozenal, mesmo debilitado, tentou retornar ao beco onde morava, mas foi novamente atacado. Na terceira fase, Lucas, Kennedy, Paulo Henrique e Riquelves levaram o homem, ainda com vida, até uma área de mata.

Enquanto isso, Junio, Klemer e Luiz Kaique ficaram responsáveis por vigiar a presença da polícia e limpar o sangue deixado no local. Com um objeto perfurante, ainda não identificado, Lucas desferiu os golpes fatais no tórax da vítima. “Logo após a execução, o Lucas, que atuava como chefe do tráfico no local, determinou que o Paulo Henrique, o Kennedy e o Riquelves enterrassem o corpo da vítima numa área de Manguezal, que era uma espécie de brejo, onde ali também funciona um esgoto”, acrescentou o delegado.

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