Serviços fantasmas e laranjas: como atuavam entidades suspeitas de fraudes no INSS
Postado 12/06/2025 10H40

Texto por Charles Manga - Fonte : Roberto Cabrini - Rede Record
Vídeo mostra as fraudes no INSS. Assista Abaixo
Em um dos casos analisados, uma instituição era presidida por uma idosa de 81 anos. As investigações da Policia Federal mostraram que algumas das entidades e associações envolvidas no esquema de supostas fraudes contra aposentados e pensionistas do INSS (Instituto Nacional de Seguridade Social) não possuíam qualquer estrutura para oferecer os serviços contratados.
Inconsistências nos cargos de presidência. Em um dos casos analisados, em maio de 2021, a instituição era presidida por uma idosa de 81 anos. Segundo o relatório, a situação “poderia comprometer suas ações à frente da entidade, beneficiários de aposentadoria por incapacidade permanente e/ou sem experiência empregatícia formal, o que pode indicar eventual comprometimento da capacidade para gerenciamento das entidades.”
Em outro caso, a presidência era ocupada por uma mulher de 86 anos, pensionista do serviço público federal. Além disso, ela está inscrita no CadÚnico ( Cadastro Único), sistema do governo federal responsável pelo registro de famílias beneficiárias de programas sociais — com uma renda per capita de R$ 1.320. Além disso, o relatório que embasou a operação da Polícia Federal na semana passada apontou que as associações apresentavam “indicativos de não possuírem capacidade operacional para realizar e processar as filiações, tampouco para prestar os serviços que supostamente disponibilizariam aos filiados, em razão da falta ou da pequena quantidade de empregados.”
Segundo a análise dos investigadores, cinco entidades não possuíam registro na RAIS (Relação Anual de Informações Sociais) até 2021. A partir desse ano, o cenário evoluiu da seguinte forma: Outra associação não possuía registro no CAGED (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados Em um dos casos, a entidade não tinha registro até 2022 e, apenas em 2023, contratou um funcionário. As investigações revelaram que, em um dos casos analisados, um então diretor de atendimento do INSS participou de um evento em que foi firmado um acordo entre o instituto e uma determinada entidade. A assembleia ocorreu em agosto de 2021, e o mesmo servidor público assumiu a presidência da entidade em abril de 2022.
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